quarta-feira, 28 de outubro de 2015

ONDE ESTÃO AS NOVAS LIDERANÇAS (???)


Sem perspectivas futuras,
brasileiro se declara órfão de lideranças

Uma nova pesquisa de opinião do instituto CNT/MDA veio confirmar a rejeição dos brasileiros ao Governo Dilma. Segundo o levantamento, apenas 8,8% dos entrevistados têm uma avaliação positiva sobre o seu Governo, contra 70% que o rejeitam. Se por um lado a população se afasta da presidenta, por outro, não aumenta o apoio a nenhuma alternativa atual. Se uma nova eleição para presidente acontecesse hoje no país, nenhuma opção de liderança da política atual agradaria os eleitores. Nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visto como o grande salvador do PT nos momentos de crise, nem qualquer um dos opositores que poderiam entrar na disputa contra ele. Em meio a crise política atual, o Brasil procura um novo líder, algo que diversos nomes importantes do cenário político admitem, em uma análise de seus próprios partidos.
Para ler na íntegra a reportagem de Talita Bedinelli, publicada por El País, ontem, clique aqui.

sábado, 24 de outubro de 2015

EVENTOS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UFMG


Conferência do projeto Pensar a Educação recebe e homenageia o Prof.Carlos Roberto Jamil Cury


No dia 29 de outubro, o seminário anual do projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil tem como conferencista o professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e professor emérito da UFMG, Carlos Roberto Jamil Cury. O professor continua o debate sobre os 180 anos de formação de professores no Brasil. O professor Cury sempre esteve à frente do debate pelo direito à educação integrando câmaras, comissões e conselhos da área, além de contribuir com pesquisas no campo da Política Educacional. O professor também é importante nome no campo da pós graduação em Educação no país.
Antes da Conferência, a professora Cynthia Greive Veiga fará, a pedido do Projeto Pensar a Educação, uma saudação ao professor Cury pelos seus 50 anos de magistério e por suas colaborações no campo da Educação.
A conferência começará às 19 horas no Auditório Neidson Rodrigues, na Faculdade de Educação da UFMG. Também será possível acompanhar pela rádio Web FaE (http://www.radio.fae.ufmg.br/) ou pela a transmissão ao vivo no canal do Projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil no You Tube: www.youtube/PensarEdu. Outras informações em www.pensaraeducacao.com.br

Seminário Internacional
Trabalho docente para uma educação democrática e inclusiva

De 28 a 30 de outubro, acontece no Auditório Neidson Rodrigues, da Faculdade de Educação (FaE/UFMG), o seminário "Trabalho docente para uma educação democrática e inclusiva". Na programação, palestras e debates com especialistas da Argentina, Chile, Estados Unidos, França, Portugal e Uruguai, além da presença de representantes do MEC, da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais e pesquisadores brasileiros de várias universidades, com predominância dos professores da UFMG. 
O evento é uma realização do GESTRADO (FaE/UFMG), coordenado pela professora Dalila Andrade Oliveira. Maiores informações e inscrições no site: www.gestrado.net.br.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

GRANDES MOBILIZAÇÕES: PELA VIDA, PELO TRABALHO...


Em Dia Internacional da Alimentação Saudável, manifestação contra agrotóxicos ocorre na Paulista


Simone Freire

Foto: Guilherme Weimann

“Contra os agrotóxicos e pela soberania alimentar”, cerca de 4 mil pessoas, se manifestaram nesta sexta-feira (16), na Avenida Paulista, no centro de São Paulo (SP). O ato foi convocado pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e encerra o I Congresso Nacional da organização, realizado em São Bernardo do Campo, região metropolitana da capital.
Para os presentes, o ato marcou “a união da luta do campo e da cidade”, contando com a participação de vários movimentos como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação (Contac) e o Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação. 
Segundo Roseli Ludtke, da direção nacional do MPA, este dia marca a necessidade de luta por um novo modelo agrário no país. “Viemos para a rua em defesa dos direitos, da alimentação saudável, contra a exploração e o ajuste fiscal, que só é ajuste para os trabalhadores”, afirmou Ludtke, criticando também a atual política econômica do governo federal. 
Democracia e Soberania
Os manifestantes também pautaram como bandeiras da manifestação a defesa da estabilidade democrática e da Petrobras, contra iniciativas contra seu caráter público e nacional. “Estamos junto com a juventude camponesa pra denunciar o avanço conservador, defender a democracia brasileira e garantir os direitos da Petrobras, uma empresa do povo brasileiro”, afirmou Mariana Assis, do Levante Popular da Juventude.
Cibele Vieira, coordenadora geral do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo, afirmou que a categoria se somou à manifestação defendendo “a soberania alimentar, a democratização da mídia e a Petrobras”.
“Na conjuntura em que o país está vivendo, esse ato demonstra muita força, mostrando unidade da classe [trabalhadora]”, defendeu Vieira.
O ato se iniciou no vão livre do Masp e se dirigiu até o escritório da Petrobras, na Paulista. Em meio ao trajeto, os presentes pararam em frente ao prédio da TV Gazeta, gritando palavras de ordem a favor da democratização da mídia.
De acordo com a Polícia Militar, eram 500 as pessoas na manifestação. Para os organizadores, o número ultrapassou os 4 mil, sendo que esta era quantidade dos participantes no Congresso Nacional do MPA.
                                      Foto: Simone Freire
Congresso do MPA
Com o tema “Plano Camponês, Aliança Camponesa e Operária por Soberania Alimentar”, o Congresso reúne cerca de 4 mil camponesas e camponeses de vários estados brasileiros e de diversos países do mundo, principalmente da América Latina e África.
O evento ocorreu entre os dias 12 e 16 de outubro, no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernando do Campo (SP).
(Fonte: Site do Brasil de Fato)

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

HOMENAGEM À FILHA DE UM GRANDE AMIGO


Destinatário não encontrado

Eugênio Magno


Cássia não mora mais aqui. Mudou de endereço. Deve habitar o céu, sei lá... Não ouviremos mais a sua voz que agora fala aos serafins.
Fui me despedir dela, mas Cássia não me reconheceu. Não acenou para mim.
Cássia, irmã que não conheci, filha que não ninei, desculpe se tardei a chegar perto de você. Embora você estivesse linda e altiva no dia da despedida, prefiro sua imagem no retrato que um dia, risonho, seu pai me mostrou.
Por falar em foto, mande-nos um postal do céu. Diga ao Todo Poderoso, aos anjos e santos que temos muitas curiosidades, mas continuamos a viajar no velho veleiro. Que só você foi à frente de jato.
Deus te abençoe menina.

E a nós também, que sentimos sua falta.

(Do livro IN GÊ NU(A) IDA DE - Versos e prosa, 2005)

sábado, 10 de outubro de 2015

PENSAR A EDUCAÇÃO, PENSAR O BRASIL


Edição Especial 100

Pensar a Educação em Pauta, edição 100!

Luciano Mendes de Faria Filho

O Pensar a Educação em Pauta chega ao seu centésimo número! Esta marca é uma alegria e uma responsabilidade para todos aqueles que fazemos o boletim. Não temos dúvidas de que, depois de dois anos e meio de sua primeira circulação, vencemos o desafio de manter um informativo semanal que conjuga o debate de opinião, a reunião de notícias sobre educação e ciência e tecnologia e a divulgação científica em educação.
A publicação do Pensar a Educação em Pauta veio somar-se a várias atividades que o Projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil - 1982/2022 já vinha desenvolvendo, tais como o Programa semanal de Rádio, os Seminários Anuais, a Coleção de livros e a manutenção de um Portal de informações na internet. Nosso objetivo era fortalecer a integração de diversas modalidades de comunicação para viabilizar a articulação da comunidade de pesquisa em educação com a educação básica brasileira.
Nos 100 números editados encontra-se uma profusão de textos, de temas, de notícias, de pesquisas e de opiniões produzidos por profissionais de diversas áreas, notadamente da educação, mas, felizmente, não apenas da educação. São educadores, jornalistas, pesquisadores, professores da escola básica, alunos de graduação e pós- graduação do Brasil e da América Latina que semanalmente se reúnem nas “páginas” do Pensar a Educação em Pauta.
A pesquisa semanal realizada para “montar” o boletim, aliada ao contato permanente com nossos articulistas, tem nos dado a dimensão do quanto o tema da educação mobiliza sujeitos os mais diversos nas sociedades contemporâneas. Se da educação ninguém escapa, também está difícil, nos dias atuais, escapar do debate público sobre a educação. O tema está, literalmente, na pauta do dia!
Neste cenário, conclamar e mobilizar os pesquisadores, professores e demais sujeitos interessados em educação para a disputa pública pelos seus sentidos tem sido o nosso principal objetivo. Ancorados no universo acadêmico e no mundo das escolas, queremos potencializar as vozes daqueles que se mobilizam por uma educação de qualidade, entendendo que o próprio sentido do termo qualidade está em constante disputa.
É importante salientar que um grupo significativo de professores e pesquisadores atendeu à nossa convocação e, de forma sistemática, contribui para tornar mais densa a nossa reflexão sobre a educação como parte de um amplo projeto político-cultural. Entre esses colaboradores nem sempre há concordância, o que faz do Pensar a Educação em Pauta um rico exercício de reconhecimento e fortalecimento da diversidade como um elemento fundamental de defesa da necessária igualdade e de condições cada vez mais efetivas de exercício de nossas liberdades.
Há muito o que fazer! Há muito o que caminhar! Mas, agora, depois de 100 números publicados, sabemos que muitos(as) são aqueles(as) que se dispõem a sustentar o debate público sobre a educação, uma das condições mais fundamentais para que possamos tornar verdadeiramente pública a educação pública no Brasil! A estes colegas o nosso mais profundo agradecimento e reconhecimento!
No entanto, nada disso faria sentido se não tivéssemos leitores que se dispusessem a empregar parte de seu tempo semanal para se informar sobre a temática da educação. São vocês, nossos leitores e leitoras, o suporte de nosso trabalho. É com vocês o nosso compromisso, aquele que afirmamos e reafirmamos a cada edição: fortalecer o boletim como um espaço de sociabilidade entre colegas-autores e de socialização de conhecimentos, de sensibilidades, de práticas e de utopias produzidas no âmbito da educação. Agradecemos a companhia de vocês e queremos, cada vez mais, encontrá-los e reconhecê-los como autores e autoras dos próximos 100 ou 200 números do Pensar a Educação em Pauta!!


Daqui de dentro do Pensar a Educação em Pauta

Priscilla Nogueira Bahiense

Reunião de pauta do Pensar a Educação em Pauta, eis que alguém comenta que seria interessante mostrar aos leitores o que está por trás do nosso boletim. A ideia inicial era a seguinte: uma foto e uma breve apresentação. Ok. Mas como as ideias são mutáveis, a proposta foi alterada: por que cada integrante da equipe não escreve um texto sobre o Pensar a Educação em Pauta? Cá estou. Estamos. Ao longo do número 100 do Pensar a Educação em Pauta o leitor tem a oportunidade de conhecer um pouco do nosso trabalho na produção deste material que chega semanalmente aos seus e-mails, páginas em redes sociais e por aí vai.
Começo aqui falando da posição que ocupo no Pensar a Educação em Pauta e minhas impressões sobre o trabalho cotidiano com essa publicação de tão grande relevância para nós, educadores e educadoras.
Ao vir trabalhar no Pensar a Educação Pensar o Brasil – 1882/2022 fui convidada pelo Prof. Luciano Mendes de Faria Filho, um dos coordenadores do projeto, para acompanha-lo na coordenação do Pensar a Educação em Pauta, que, segundo ele, em pouco tempo deixaria de ser um clipping educacional, para passar a produzir conteúdo próprio, o qual deveria ser organizado em seções temáticas. A ausência dos especialistas em educação nos debates educacionais pautados pela grande mídia nos mobilizava para tal e, em alguns meses, o boletim passaria a ser um dos canais de troca entre a academia e a educação básica.
Cabe destacar que o Pensar a Educação em Pauta não alcançou seu formato final neste pouco mais de um ano de mudanças, nem esperava tê-lo feito. Penso ser esta uma das maiores qualidades do Projeto como um todo. Pensar a Educação, pensar o Brasil, pensar a escola e a sociedade na qual  está inserida não comporta fórmula ou ponto de chegada. Também por isso, o formato do Pensar a Educação em Pauta não é e não se pretende ser estático. As seções mudam de ordem, outras surgem, parcerias são realizadas e as contribuições aumentam a cada mês. Creio ser este um bom caminho para seguir construindo um lugar onde autor e leitor podem se comunicar mais abertamente, inverter seus lugares e seguirem pensando e, por que não, agindo na e para a educação?

(Boletim Pensar a Educação em Pauta)

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

TRIPSIU RUMO AOS 30 ANOS


29º Salão Nacional de Poesia Psiu Poético




Começou ontem, em Montes Claros, MG, o 29º Salão Nacional de Poesia Psiu Poético - TRIPSIU: Rumo aos 30 anos. Uma realização do Grupo Transa Poética, coordenado pelo poeta Aroldo Pereira. Até o dia 12 de outubro a cidade será palco de muita agitação cultural. MOC está respirando e transpirando poesia, em todas as suas formas de manifestação, por todos os poros. 
Os homenageados deste ano são o/as poetas Patrícia Giseli, Ana Elisa Ribeiro, Auíri Tiago, Eduardo Lacerda, Ricardo Silvestrin e Celso Borges.
Na programação, eventos pela manhã, tarde e noite, em vários pontos da cidade, sendo que a predominância são os acontecimentos programados no Centro Cultural Hermes de Paula, na Praça da Matriz.


Eu estive por lá, no coquetel de abertura, sábado, dia 3 de outubro, para dar um abraço no amigo Aroldo Pereira.


Confira a programação do 29º Psiu Poético no site: www.psiupoetico.com.br.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

OPERAÇÃO LAVA JATO


Com contas bloqueadas na Suíça, 
Cunha mantém poder e cerco a Dilma

A Justiça da Suíça enviou nesta quinta-feira para o Ministério Público Federal do Brasil dados da investigação aberta no país para apurar ativos suspeitos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). As autoridades acreditam que as contas sejam usadas para lavar dinheiro fruto de corrupção no esquema apurado pela Operação Lava Jato. Réus que assinaram acordo de colaboração premiada afirmaram ter feito depósitos no exterior como pagamento de propina ao deputado, que agiria como facilitador nas negociações entre empresas e a Petrobras. Algumas contas do parlamentar na Suíça já foram bloqueadas, mas os valores retidos não foram divulgados. As novas informações podem ajudar a minar a influência do todo-poderoso da Câmara entre seus pares - até agora sua popularidade no Congresso passou incólume por citações feitas por cinco delatores que o acusaram de receber propina.
Uma reportagem de Gil Alessi e Afonso Benites, publicada pelo El País, em 30-09-2015.

Mesmo denunciado ao Supremo Tribunal Federal por  ter recebido pagamentos irregulares no valor de ao menos US$ 5 milhões para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras, o peemedebista ainda goza do mesmo prestígio que sempre teve com seus colegas parlamentares. Ele continua acossando o Governo e manobrando as votações da Casa a sua conveniência. Nesta quinta-feira, Cunha iniciou a sessão da Câmara no mesmo horário em que estava prevista pauta conjunta do Congresso para analisar os vetos de Dilma. A manobra, que inviabilizou a votação, teve como objetivo pressionar os parlamentares para que incluam na pauta o veto da presidenta ao financiamento privado de campanha, criticado por ele. Além disso, o deputado foi uma das estrelas da propaganda institucional do PMDB que foi ao ar na semana passada.
Na Câmara, há um certo ar de indiferença sobre as denúncias que pesam contra o seu presidente. São poucos os parlamentares que se manifestam sobre as acusações de que ele teria recebido propina dentro do esquema que desviou bilhões de reais da Petrobras. Há um mês, 35 deputados federais (7% dos 513 parlamentares) assinaram um manifesto em que pediam o afastamento dele das funções até o fim das investigações da operação Lava Jato. Algo que está longe de ocorrer.
“Há um cordão de proteção no entorno de Cunha que impede qualquer manifestação contrária a ele. Ele distribuiu cargos e deu benefícios a vários colegas, loteou as comissões e isso intimida qualquer opositor. Além disso, tem usado a Câmara para elaborar sua própria defesa, confundindo o público com o privado”, criticou o deputado Glauber Braga(PSOL-RJ), um dos signatários do manifesto.
A expectativa da minúscula oposição a Cunha é que ela cresça assim que o Supremo Tribunal Federal aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o peemedebista. Não há prazo para a análise desse processo.
Delatores contra Cunha
A primeira citação ao presidente da Câmara feita por um delator da Lava Jato ocorreu no início do ano.
O doleiro Alberto Youssef, que assinou acordo de colaboração premiada, afirmou à Justiça Federal que o deputado era um dos destinatários finais da propina de 4 milhões de reais em contratos para compra de navios-sonda pela Petrobras. Além disso, ele também confirmou que Cunha foi o responsável por protocolar um requerimento na Câmara visando pressionar a Mitsui, companhia que não estaria pagando propinas em seus negócios com a estatal. A informação da autoria dos pedidos fez com que o parlamentar demitisse o diretor do Centro de Informática da Casa,Luiz Antonio Souza da Eira. Cunha justificou a demissão alegando que o departamento não estava cumprindo os horários previstos.
Meses depois, nova denúncia. Em julho o consultor Júlio Camargo, um dos primeiros investigados da Lava Jato a fechar acordo de colaboração, disse que o presidente da Câmara cobrou 5 milhões de dólares em propinas. O deputado teria exigido pessoalmente o pagamento como forma de viabilizar contratos de compra de navios-sonda pela Petrobras. No vídeo vazado do interrogatório da Lava Jato, Julio Camargo diz que Cunha afirmou que o dinheiro da propina pedida seria dividido entre ele e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, tido como operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras.
A reação do deputado foi negar participação no esquema: “Obviamente, ele [Camargo] foi pressionado a esse tipo de depoimento. É ele que tem que provar”. A acusação marcou o rompimento definitivo de Cunha com o Governo de Dilma e o início de uma série de ataques contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem ele acusa de agir para prejudicá-lo.
Na semana passada, Fernando Soares, que também se firmou acordo de delação, confirmou em seu depoimento à Justiça as informações prestadas por Camargo. Foi o terceiro investigado do esquema a citar Cunha. E o quarto viria dias depois: Eduardo Vaz da Costa Musa, ex-gerente da Área Internacional da Petrobras, afirmou aos procuradores que o presidente da Câmara estava envolvido no esquema de corrupção da Petrobras, e que dava a “palavra final” nas indicações políticas para cargos na área internacional da estatal.
E a quinta citação a Cunha na Lava Jato não tardaria: na sexta-feira passada, João Augusto Resende Henriques, apontado pelas investigações como sendo um dos operadores do PMDB no esquema de corrupção, afirmou em seu depoimento ter feito um depósito em conta no exterior pertencente ao deputado. Como o presidente da Câmara tem direito a foro privilegiado, o juiz federal de primeira instância Sérgio Moro enviou o inquérito para o Supremo Tribunal Federal. Henriques está preso desde sexta-feira em Curitiba. De acordo com a Polícia Federal, ele intermediou o pagamento de mais de 30 milhões de dólares em propinas em um negócio de compra de navios-sonda pela Petrobras estimado em 1,8 bilhão de dólares.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com os advogados de Cunha.
(Fonte: Site Instituto Humanitas Unisinos)