terça-feira, 29 de dezembro de 2009

ERA UMA VEZ UM VERÃO NA FLORESTA

Cabelos de ouro

Eugênio Magno

A minha maior lembrança era a do sol
se misturando àqueles cabelos de ouro

Nunca mais a vi
Não consigo me lembrar do seu rosto
Nem sei se o vi

Só sei que o seu caminhar era
de uma formosura sem par

Dos seus olhos não sei a cor
Na sua boca não vi sorriso

Só tive olhos para a sua pele alva
vestida de um branco translúcido

Para aqueles cabelos de ouro penetrados pelo sol
E eu, de longe, era só olhar e encantamento
(Inédito)

OS CAMINHOS DA MISÉRIA

Criança pede esmola perto de Teixeira de Freitas (BA), na BR-101, que corta o litoral de 12 Estados e é a 2ª maior rota rodoviária do país.

Fotografia: Fernando Donasci/Folha Imagem - Folha de S. Paulo, 21-12-2009.

(Fonte: Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores - CEPAT - Curitiba, PR)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

A CRISE DA GLOBALIZAÇÃO



A desglobalização começou. Não voltaremos para o velho regime
"A desglobalização já começou", assegura o sociólogo Richard Sennett (Chicago, 1943). A saída da crise será lenta, e de jeito nenhum voltaremos ao "ancient régime", à espumosa paisagens das duas últimas décadas, nas quais o sistema estava criando seu próprio colapso porque tinha "abandonado a economia real, que se nutre de trabalhadores qualificados, de artesãos".
Para ler na íntegra a reportagem de J. M. Martí Font, publicada no jornal El País, 22-12-2009, com tradução de Moisés Sbardelotto, clique aqui.
(Fonte: Site do IHU - Instituto Humanitas Unisinos)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A FESTA DO NATAL E O ANIVERSARIANTE ESQUECIDO

Um presépio exemplar

Eugênio Magno
Num domingo desses de dezembro, participando de uma celebração eucarística na Igreja de Santa Efigênia, me flagrei como que hipnotizado, olhando para um belo presépio, cujas luzes brilhavam a poucos metros de onde estava sentado.
Imediatamente após aquele alumbramento momentâneo me dei conta de que eu sempre gostei de presépios. Desde a infância que eu fico inebriado com essa representação celebrativa do cenário de nascimento do menino Jesus. A manjedoura e todos os personagens que compõem aquele quadro sempre me seduziram. Ainda lembro bem que era uma verdadeira viagem pelo mundo do sagrado ficar horas a fio com os amigos da vizinhança, em Montes Claros, a contemplar o presépio feito por dona Lózinha e depois por dona Júlia, que seguiu a mesma devoção de sua mãe.
Já vi muitos presépios, de todos os tipos: de traquitanas artesanais, como o famoso Pipiripau, a modelos mais modernosos, de concepção hi-tech. Mas dias atrás, um presépio me chamou a atenção. Foi numa tarde qualquer de um dia de semana comum que, por obra do acaso, entrei na capela do Colégio Santo Antônio, na Savassi, para meditar um pouco. E lá, em meio a caixas de leite longa vida, garrafas de óleo, sabonetes, dentifrícios e cestas básicas, havia uma pequena manjedoura com as imagens de Jesus, Maria, José e outros personagens.
A princípio, aquela estética me causou estranheza, mas numa questão de segundos, quando compreendi a proposta, o estranhamento se transformou em deleite. Estava diante de um presépio exemplar. Visite-o, se puder, caro leitor, e verá que ele nos desinstala e convoca-nos à participação, exigindo uma atitude concreta. Diante desse presépio, não temos outra alternativa, a não ser agir como os reis magos: Gaspar, Baltazar e Belchior e doar um pouco do muito que temos aos que como o Cristo, nada têm.
Todas as igrejas deveriam ter um presépio como este e, as pessoas, especialmente as mais aquinhoadas, bem que podiam encarnar o papel de reis magos e encher esses templos de mantimentos, roupas, agasalhos e também doces, brinquedos, quem sabe até mesmo garrafas de vinho... Porque não? Afinal de contas, Natal é celebração de nascimento e merece comemoração. Não nos esqueçamos, porém que, a festa é de Jesus Cristo, pobrezinho, nascido em Belém (num curral) e filho de pais refugiados. Entretanto, as luzes em torno do Papai Noel são muito maiores e mais brilhantes. E fica muito fácil esquecer do aniversariante e do grande contingente de refugiados da seca ou das enchentes, da falta de emprego, da fome e de tantas outras mazelas de nosso tempo, que nasceram e estão a se multiplicar, dia após dia em aglomerados, ou pior, às margens dos esgotos, sob as marquises e debaixo dos viadutos.
Que o Natal seja de mesa farta, muitos brindes, árvore cheia de presentes, saúde, paz, amor, harmonia, sucesso, dinheiro, e de todas as coisas que todo mundo diz desejar nessas ocasiões, acrescidas de dignidade, afeto, generosidade, solidariedade e justiça. Para todos... sem distinção de qualquer espécie.
Fotografias: Geovana R. Martins

DOIS BICUDOS NÃO SE BEIJAM

Aécio depende da derrota de Serra para viabilizar seu projeto nacional
Serra poderá ser visto como mais um paulista que veio tirar o espaço dos mineiros, afirma Rudá Ricci, diretor do Instituto Cultiva, ao analisar a desistência de Aécio Neves em concorrer à presidência da República.
A entrevista foi feita por César Felício e publicada pelo jornal Valor, 21-12-2009. Confira:
"A candidatura de José Serra à Presidência sofrerá um abalo com a desistência de Aécio Neves em concorrer?
Sem dúvida, em razão da forma como Aécio preparou sua saída. Ele a fez causando um profundo desgaste na imagem de Serra, ao menos em Minas Gerais. Procurou-se transmitir a sensação de que Serra é um homem que empurrou Aécio para fora da disputa de forma maquiavélica, sem tomar uma decisão. O Aécio poderia esperar até janeiro, conforme as lideranças tucanas pediram, mas preferiu fazer na semana passada, na sequência das definições locais e do fortalecimento da candidatura de Ciro Gomes no PSB.
Como isso se traduzirá em termos eleitorais em Minas? Até que ponto o sentimento de frustração regional pesa para o eleitor?
Em Minas Gerais pesa muito. Ao contrário de São Paulo e Rio, aqui não é um Estado fundamentalmente de migrantes. Serra poderá ser visto como mais um paulista que veio tirar o espaço dos mineiros.
Mas uma recente pesquisa mostrou Serra com 40% dos votos em Minas. Como isso se dissiparia de uma outra para outra?
Por mais que Aécio tenha negado, sempre se partia da perspectiva de que poderia haver uma chapa Serra/Aécio para a Presidência da República. Na medida em que ficar claro que isso não vai ocorrer, Serra tende a cair aqui e Dilma (Rousseff, ministra da Casa Civil) a subir. Ou Ciro (Gomes, deputado federal do PSB), se tiver o apoio de Aécio nos bastidores.
Por que Aécio não vai sair de vice de Serra?
Aécio já anunciou a possibilidade de se colocar como uma espécie de conciliador nacional. Ele tentará ser senador para forjar uma nova aliança, diferente do alinhamento partidário atual, com o PT de um lado e o PSDB do outro. Ele não depende da vitória do candidato a governador dele aqui para isso e duvido que se empenhe muito para eleger (Antonio) Anastasia (vice governador). Mas ele depende da derrota de Serra para tal. Com Serra na Presidência, Aécio não tem como propor uma nova aliança.
Por que então ele não procurou fazer isso saindo do PSDB ao perceber que não tinha como concorrer com Serra?
Porque ele tinha que recompor suas bases no interior de Minas. Diferente do que a vitória dele em Belo Horizonte pode indicar, Aécio fragilizou-se no Estado como um todo. Precisava refazer sua liderança, abalada em 2008. Além disso, o PSDB é parte essencial do projeto de Aécio. O problema dele são os tucanos paulistas.
Ou seja, na visão do senhor, se o Serra tornar-se presidente, nascerá aqui em Minas um foco de oposição..
Na verdade, Aécio hoje talvez seja um obstáculo para Serra chegar à Presidência. Como Ciro Gomes é um obstáculo para a Dilma nesse mesmo sentido.
E porque a vitória de Anastasia não seria importante para o projeto conciliador de Aécio?
Evidentemente que a vitória de Anastasia fortaleceria Aécio, mas ele joga com mais de um cenário. Ele sabe que seu projeto não estará comprometido caso o PT ganhe em Minas, se o candidato petista for Fernando Pimentel, e o ex-prefeito ganhou as eleições internas do PT uma semana antes de Aécio retirar a candidatura. Ele sabe que o projeto também sobrevive com Hélio Costa, e o ministro das Comunicações ganhou as eleições internas do PMDB dois dias antes da retirada. Observe que trata-se de uma sequência. Houve um método. Mesmo se o próximo governador de São Paulo for (Geraldo) Alckmin, o projeto da conciliação nacional sobrevive. Ele só não sobrevive com Serra na Presidência.
Um dos propósitos de Aécio é tornar-se uma figura nacional, como era o avô Tancredo Neves pouco antes de eleger-se presidente no Colégio Eleitoral em 1985. O senhor acha que Aécio conseguiu?
Tancredo cresceu politicamente e tornou-se o que se tornou em seus dois últimos anos de vida. Mas antes disso ele era uma figura sem tanto impacto nacional, sem tanta presença no imaginário como a que Ulysses Guimarães tinha dentro do PMDB. Ulysses era paulista, controlava o partido e parecia vocacionado para chegar à Presidência. Tancredo era uma figura do conchavo político, estava em Minas Gerais, fora do palco. Há semelhanças entre a estaturas dos personagens do passado e dos de hoje."
(Fonte: Site do IHU - Instituto Humanitas Unisinos)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

PROTESTO EM COPENHAGUE

Um mulher, caracterizada como a morte, fez protesto na praça do Parlamento, em Copenhague, na última segunda-feira, dia 14.12.2009 e ganhou destaque na midia internacional.
(Fonte: Site do IHU - Instituto Humanitas Unisinos)

domingo, 13 de dezembro de 2009

A ESCRITA É CURATIVA




O filósofo romeno, teórico do declínio da civilização, místico, cínico e cético, Emil Mihai Cioran (1911 - 1995), dizia que sua obra nasceu simplesmente por razões médicas e terapêuticas. É de sua lavra a frase abaixo:


"O escritor utiliza as palavras para se curar...
Escrever é desfazer-se de seus remorsos e rancores, vomitar seus segredos...
Quantas angústias venci graças a esses remédios insubstanciais!..."

sábado, 12 de dezembro de 2009

QUANDO O MUNDO DA INTERNET SE TORNA MOVIMENTO POLÍTICO

Com a difusão da web no mundo, um bilhão e 700 milhões de usuários (¼ da população mundial), certamente existem hoje mais instrumentos para resistir ao poder. Valores e interesses alternativos podem ser melhor defendidos diante daqueles que prevalecem. Entre poder e contrapoder, para usar a expressão de Manuel Castells, o jogo está em aberto (e não fechado em vantagem do primeiro), graças às redes sociais, às comunidades virtuais, ao Facebook, MySpace, Twitter, ao e-mail, a toda forma de Internet móvel e à autocomunicação individual de massa, que caracteriza a paisagem tecnológica contemporânea. A barreira da porta de ingresso para a cena pública se levantou.
Para ler na íntegra a reportagem de Giancarlo Bosetti, publicada no jornal La Repubblica, 10-12-2009, com tradução de Moisés Sbardelotto, clique AQUI.

(Fonte: Site do IHU - Instituto Humanitas Unisinos)

CPI DA REFORMA AGRÁRIA (OU DO MST?)



Eis a CPI contra a Reforma Agrária

Carlos Bandeira
Jornalista

"A vontade de um grupelho de parlamentares do DEM foi realizada na tarde desta quarta-feira (9/12), com a instalação da CPI contra a Reforma Agrária. O sorridente deputado federal Onyx Lorenzoni conseguiu colocar seus planos em marcha e conquistou a vice-presidência da comissão. O presidente da comissão será o senador Almeida Lima (PMDB-SE), que indicou o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) para a responsabilidade de fazer o relatório final.
Os demos Katia Abreu e Ronaldo Caiado, parceiros de Lorenzoni no esforço para levantar as assinaturas para instalar uma CPI contra as políticas públicas para assentamentos, não estavam presentes na primeira sessão. Quem sabe, estivessem dedicados a temas mais importantes para o país.
Os parlamentares que criaram a CPI garantiram em seus pronunciamentos o compromisso com a reforma agrária e que não pretendem criminalizar os movimentos sociais. Tomara que não seja apenas discurso. A CPI da Terra durou três anos e concluiu apenas que ocupação de terra é 'crime hediondo' e 'atendado terrorista'.
Os tópicos para investigação que apareceram na primeira sessão são muitos e de diferentes naturezas.
Há preocupações com o desvio de dinheiro público. Pelo que aparece nos jornais e na televisão há uma semana, o melhor lugar para achar é no Palácio dos Buritis ou na Câmara do Distrito Federal.
Outros querem investigar se as famílias assentadas têm aptidão para trabalhar na terra e se abandonaram o lote. Poderiam investigar também se as famílias expulsas do campo pelo agronegócio têm “aptidão” para morar nas periferias das grandes cidades e enfrentar o caos urbano.
Um deputado quer saber mesmo da 'interferência externa' nos movimentos sociais do campo. Não é necessário mesmo investigar a 'interferência externa' no território brasileiro das grandes empresas da agricultura, como Monsanto, Cargill, ADM, Dreyfus, Bunge e Syngenta. São todas estrangeiras.
Descobrimos também que ali estavam parlamentares responsáveis pela realização da Reforma Agrária no Paraná, no Mato Grosso e no Piauí. Estranho é que o índice Gini, que mede a concentração de terras, estão na média de 0,8 nesses estados e não variaram substancialmente de 1985 pra cá.
O consenso geral dos parlamentares se encontra na necessidade de o país encontrar, de uma vez por todas, uma solução para a questão agrária.
É um perigo e não pode continuar um bando de sem-terra nas beiras de estradas. O governo não pode reproduzir um modelo de assentamento sem assistência técnica, crédito agrícola e infra-estrutura. As famílias assentadas têm de gerar renda.
Tudo bem. O país precisa de fato assentar as famílias acampadas e implementar um novo modelo de Reforma Agrária. A democratização massiva de latifúndios deve estar casada com um amplo programa de agroindústrias, gerando renda para os trabalhadores rurais.
No primeiro round, os discursos foram bem bonitos. No entanto, até agora não apareceu nenhum requerimento no sentido da resolução dos problemas apontados.
Só quebra de sigilo das entidades sociais que atuam em assentamentos."


CIBERCULTURA E DIREITOS HUMANOS

Comunicação e economia glogal
Carlos Valle
Comunicador e ex-secretário-geral da
Associação Mundial para as comunicações Cristãs
"A aprovação da esperada lei de Serviços de Comunicação Audiovisual e a busca de sua breve implementação exigem uma séria consideração sobre o amplo contexto econômico e social no qual o nosso mundo moderno está imerso. Para começar, um aspecto a considerar neste novo mundo das ciberculturas é o lugar que os direitos humanos ocupam.
De diversas partes, chamou-se a atenção sobre o fato de que em nenhuma das áreas da comunicação mundial pode-se identificar um forte conteúdo sobre os direitos humanos. Alguma coisa aparece principalmente no que se vincula aos direitos de autor (copyright), à legislação sobre patentes, à liberdade de informação, à cultura, mas não se encontra nada com relação ao comércio dos serviços de telecomunicações, aos direitos de propriedade intelectual, à concentração da propriedade dos meios e à padronização do consumo de eletrônicos.
Para Cees Hamelink: 'Se tomamos o conteúdo dos direitos humanos como um indicador da representação dos interesses das pessoas, temos que concluir que as pessoas não importam nas políticas de comunicação mundial'.
Para Alain Touraine, a reflexão sobre a sociedade contemporânea está governada por duas constatações principais: 'a dissociação crescente do universo instrumental e o universo simbólico, das economias e das culturas, e, em segundo lugar, o poder cada vez mais difuso, em um vazio social e político em aumento, de ações estratégicas cuja meta não é criar uma ordem social, mas sim acelerar a mudança, o movimento, a circulação de capitais, bens, serviços, informações' (Touraine 1997:20).
Alguns efeitos da expansão desse sistema econômico sobre o desenvolvimento da democracia e da comunicação mais evidentes são:
1. O número cada vez maior de decisões que uns poucos tomam em nome de todos, com só uma aparente participação das pessoas. A tomada de decisões passa progressivamente para o âmbito reservado daqueles que ostentam o poder. Eles consideram que sempre estão na frente de situações que requerem 'decisões executivas' que só será preciso justificar mais tarde, se for necessário.
2. A tendência dos meios comerciais de reforçar a despolitização das pessoas. Como alguma vez indicou G. Gerbner, os grandes meios de comunicação 'não têm nada para dizer, mas muito para vender'. A despolitização aumenta por causa da exaltação do individualismo. Isso leva a rejeitar e a combater tudo o que afete os interesses básicos: o país, se afeta o meu grupo; o meu grupo, se afeta os meus bens; e assim sucessivamente. A despolitização consegue que as pessoas meçam as ações dos governos segundo e como elas as afetam individualmente.
3. A tendência desse sistema tende a desmoralizar as pessoas, promovendo o abandono de toda esperança de mudança e da aceitação da realidade. Na selva moderna, a lei principal é: 'Salve-se quem puder!'. Eduardo Galeano comentava: 'O sistema nega aquilo que oferece, objetos mágicos que tornam os sonhos realidade, luxos que a TV promete, as luzes de neon anunciando o paraíso nas noites da cidade, esplendores da riqueza virtual: como bem sabem os donos da riqueza real, não há Valium que possa acalmar tanta ansiedade, nem Prozac capaz de apagar tanto tormento'. (Galeano 1998:21).
4. O aumento do papel que as corporações globais desempenham em todas as esferas da vida, enquanto que o papel dos estados nacionais se reduz cada vez mais.
5. A exaltação da liberdade de informação na vida da sociedade, ao mesmo tempo em que se acentua o controle e a censura.
6. A diminuição e desaparecimento dos centros físicos de poder. Hoje, é difícil determinar onde esses centros residem. Adquiriram uma mobilidade muito particular, ao mesmo tempo em que desenvolvem sua concentração.
7. A acentuação da distância entre ricos e pobres em todos os níveis.
Nesse complexo panorama, será importante indagar como essa concentração de poder dos meios de comunicação foi influenciando nossas sociedades e quais serão os passos que devem ser dados para que se realize uma real democratização da comunicação."
(Fonte: Site do IHU - Instituto Humanitas Unisinos)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

QUEREM DIZIMAR 1/3 DA POPULAÇÃO MUNDIAL

No vídeo abaixo, que está sendo divulgado pela internet (hospedado no site do Youtube), a "ex-ministra da Saúde da Finlândia", Dra. Rauni Kilde, fala sobre a Gripe Influenza H1N1 e a indústria farmacêutica e sobre as drásticas consequências do uso dos celulares e da ingestão de alimentos geneticamente modificados. Ela faz ainda uma revelação bombástica: "querem dizimar 1/3 da população mundial". Outras fontes dizem que ela se autoproclama ex-ministra da Finlândia, mas que é lunática, etc. De qualquer forma, vale à pena conferir.

sábado, 5 de dezembro de 2009

VAI FALTAR ÉTICA NAS ELEIÇÕES DE 2010

E a ética não poderá subir nos palanques de 2010
"Acostumados a subir nos palanques para exaltar suas qualidades e bater nos pontos fracos dos adversários, os candidatos à Presidência da República e a governador terão que pensar em outra estratégia para as eleições de 2010, depois das denúncias de mensalão tanto no PT como no PSDB de Minas e no DEM do Distrito Federal. “O roto não pode falar do esfarrapado”, diz Roberto Romano, professor de Ética e Política da Unicamp:
— Como PT, DEM e PSDB têm seu mensalão, acredito que as campanhas serão baseadas nas grandes obras já realizadas. Dilma (a ministra Dilma Rousseff, do PT) não deve abrir mão do PAC, e o Serra (o governador tucano de São Paulo) vai aproveitar para relembrar o que fez quando era ministro da Saúde e as mudanças no governo de São Paulo. Para ler a matéria na íntegra clique aqui. (Fonte: Site do IHU - Instituto Humanitas Unisinos)

LADRÃO (PEQUENO) QUE ROUBA DE LADRÃO (GRANDE) - DEVERIA TER - CEM ANOS DE PERDÃO

Ladrões grandes enforcam os pequenos

Gilvander Moreira
Frei Carmelita e Pároco da
Igreja do Carmo em Belo Horizonte


A descoberta do Mensalão do DEM/PFL-Arruda, em Brasília, gerou uma explosão de indignação nas pessoas de boa vontade. Todos comentam. Uns abominam, outros ironizam, há ainda os que zombam ou propõem impeachment... A senvergoinhice e a cara de pau de políticos profissionais, mais podres que ... me fizeram recordar o padre Antônio Vieira, em um dos seus célebres sermões, onde ele diz: 'Não são ladrões os que cortam bolsas ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa; os ladrões, que mais própria e dignamente merecem este título, são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam. Diógenes, que tudo via com mais aguda vista que os outros homens, viu que uma grande tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar uns ladrões, e começou a bradar: LÁ VÃO OS LADRÕES GRANDES ENFORCAR OS PEQUENOS. Ditosa a Grécia, que tinha tal pregador. E mais ditosas as outras nações se nelas não padecera a justiça as mesmas afrontas. Quantas vezes se viu em Roma ir a enforcar um ladrão por ter furtado um carneiro, e no mesmo dia ser levado em triunfo um cônsul, um ditador por ter roubado uma Província. E quantos ladrões teriam enforcado estes mesmos ladrões triunfantes? De um chamado Seronato disse com discreta contraposição Sidônio Apolinário: Seronato está sempre ocupado em duas coisas: em castigar furtos, e em os fazer. Isso não era zelo de justiça, senão inveja. Queria tirar os ladrões do mundo, para roubar ele só.' (VIEIRA, Sermões, Vol. 5, p. 69. Porto, Lello & Irmão Editores, s/d).
Hoje, no Brasil, parodiando Diógenes, podemos dizer que políticos profissionais, como os 'mensaleiros', são grandes ladrões que enforcam os 'pequenos', que não são ladrões, mas são: a) 30 mil jovens assassinados por ano; b) 150 mil famílias sem-terra debaixo da lona preta; c) milhões de desempregados humilhados; d) 500 mil presos enjaulados em prisões que são verdadeiros campos de concentração...
Indignação é imprescindível, mas não basta. Precisamos organizar a indignação e encontrar soluções para problemas reincidentes como o dos Mensalões do PSDB, do PT e, agora, do DEM/PFL. Qual será o próximo? O grande poeta Thiago de Mello nos mostra um facho de luz: 'As colunas da injustiça sei que só vão desabar quando o meu povo, sabendo que existe, souber achar dentro da vida o caminho que leva à libertação! Quando a verdade for chama nos olhos da multidão, o que em nós é palavra no povo será ação!' Urge acordar em nós e no povo a infinita luz e força humano-divina existente em nós. Basta de acreditar que eleições nos salvarão. Devemos investir 5% das nossas energias para elegermos os melhores (ou os menos piores) políticos e 95% das nossas energias na organização do povo empobrecido e excluído. Pobres organizados se transformam em protagonistas de lutas libertárias concretas e constroem saídas verdadeiras de baixo para cima e de dentro para fora. Eis um caminho para evitar novos mensalões."

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A PÓS-REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA

Tecnologias que mudarão o mundo: entrevistas IHU
"Vivemos em uma sociedade cada vez mais globalizada e tecnológica. Por isso precisamos refletir a respeito das contribuições e conseqüências que as novidades técnicas e científicas trazem para nossas realidades. Pensando nisso o sítio do IHU está realizando uma série de entrevistas sobre tecnologia, na sessão “Entrevista do dia”. Da computação pensada ecologicamente às mobilidades possibilitadas pela web, as entrevistas abordam temas relevantes e polêmicos sobre as transformações da internet na vida das pessoas e a revolução de seus recursos.
O professor de informática, Sílvio Cazella concedeu uma entrevista a respeito da Computação verde, que consiste no trabalho de reaproveitamento e reciclagem de dispositivos informáticos como hardwares, por exemplo. Segundo Cazella 'as mudanças já estão ocorrendo, tanto com a conscientização de quem produz como de quem consome e até da legislação'. Confira a entrevista.
Sobre as possibilidades da web semântica, a professora e engenheira eletrônica, Karin Breitman, falou em entrevista ao IHU, sobre a capacidade de computadores processarem, interpretarem e concatenarem conceitos, além da contribuição da web semântica em contextos sociais. Confira a entrevista.
O coordenador do curso de Jogos Digitais da Unisinos, João Bittencourt, concedeu uma entrevista sobre as revoluções tecnológicas na internet. Ele explicou como os novos recursos da web podem modificar nosso mundo cotidiano. Segundo Bittencourt 'o século XXI irá tornar-se um caos caso se mantiver por mais alguns anos com esta mentalidade analógica'. Confira a entrevista.
Sobre um dos mais aparelhos mais utilizados na atualidade, o celular, o professor de comunicação digital, Tiago Lopes, concedeu sua entrevista. Ele destaca a mobilidade e as possibilidades das novas interfaces do aparelho. Confira a entrevista.
O pesquisador Luli Radfahrer conversou com o IHU sobre um conceito que vem mudando de forma significativa o mundo: a computação em nuvem. Na entrevista ele fala sobre a tecnologia, que consiste em compartilhar ferramentas computacionais pela interligação dos sistemas. Confira a entrevista."
(Fonte: Site IHU - Instituto Humanitas Unisinos)